quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Vida real cinematográfica.

Acabei de ouvir a seguinte frase: “Toda história tem um final feliz”. E não sei o motivo, mas não consigo desacreditar dessa sentença. É algo que continua arraigado a mim, não sei se em virtude do meu espírito sonhador, das tantas novelas que acompanhei, dos filmes românticos que assisti e persisto em assistir.

Penso até que nossa vida pode ter vários finais felizes, é só escolhermos onde acaba e onde se inicia uma nova jornada, ou melhor, a parte dois do filme; onde novas tribulações e problemas surgirão, mas o final será alegre novamente. Já tive alguns finais felizes em minha vida, algumas trilhas sonoras, alguns sorrisos, alguns abraços, alguns beijos de fim de filme! Agora estou novamente iniciando uma continuação, ou será que estou no final feliz? É, me lembro de algumas histórias onde o fim não significava estar acompanhado, mas era feliz!

Eu quero mais é curtir minha vida, vivê-la sem medo, pois não sei o dia de amanhã. Quem sabe a minha série nem está mais fazendo sucesso e sou pego de súbito por um cancelamento. Não, com certeza não é esse meu desejo, então não vou deixar meus medos e tristezas me impedirem de curtir e viver meus momentos! O filme continua, o verão também, os amores também. E vários filmes românticos estão me esperando, prontos para serem assistidos! Com certeza posso e me iludo muito mais pensando assim, mas também curto mais, aproveito mais cada momento, cada amor, cada amigo, cada pessoa, cada esperança que a vida me dá! E faço minhas as palavras da jornalista Angélica Bito, em uma critica sobre um filme romântico: ” Sempre que vejo um filme de amor – desses irreais, com finais felizes que desafiam a inteligência da maioria dos espectadores -, penso que é também por causa desse tipo de cinema que ainda sofro por causa de relacionamentos... a gente sofre, mas supera e segue em frente.”

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Para cima


"No meu quarto uma luz luz com lumes amenos,
Chora o vento lá fora, à flor dos flóreos fenos..."

Como no outro, havia um banco. Havia um rio, e a imagem de Heráclito continuava lá.
Virei para o lado e não me reconheci. Cenas passadas que nunca aconteceram.
"Levante-se, há o que fazer.” Virei para o outro lado. Quem é você afinal?“Vá, é aqui perto.”
Litoral. O vento soprava e vi as folhas balançarem. Vi?
O sol está forte. Havia cristais na água.
Talvez não, era aquela estrela brilhando lá dentro... Não, é dia!
Virei. Que lugar é esse? Não o reconheço. Ar nunca respirado. Objetos nunca vistos. Quem são vocês?
"Venha, entre aqui.” Me olhou suavemente. Não, obrigada.
Abri meus olhos, mas estavam fechados.
Meu corpo não se move e meu pulmão grita. Eu grito. Mas não há som, não há voz nem oxigênio.Abri meus olhos mais uma vez.
Branco. Pêssego. Plano.

sábado, 14 de novembro de 2009

Insistente Visitante

Ele insiste em me visitar, mesmo eu já tendo deixado claro que não gosto de sua visita. Noto que ele não faz isso só comigo, ele visita a maioria das pessoas. Visita-me geralmente aos domingos, mas às vezes ele passa também durante a semana. Ele me faz lembrar de coisas que eu quero esquecer. Faz-me lembrar de pessoas que não lembro mais. Ele me faz achar que minha vida é um nada, que estou sozinho e perdido no mundo. Faz-me pensar em coisas sobre as quais eu não deveria jamais pensar. Ele me traz o aborrecimento e o desgosto. Traz-me a vontade de dormir, mas também a insônia. não quer que eu sonhe; mas insiste que eu passe a vida dormindo, num sono sem sonhos. Quando ele está aqui não tenho vontade de fazer nada, mas tenho muita vontade de fazer algo que não sei o que é. Ele me faz perder as esperanças de que, um dia, Godot finalmente irá chegar. Ele quer que eu antecipe meu final feliz. Ele é o grande assassino de jovens e adolescentes.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Passageiro

Fim de tarde. Ônibus. Pessoas. Situações.
Essas coisas, creio que não seja só comigo, me fazem parar pra pensar. Viajar na maionese mesmo. Não sei, mas meus textos, muitas vezes esquecidos, sempre me surgem não só antes de dormir, como também no trânsito ou simplesmente lavando a louça.
Enfim, nessa tarde citada acima, eu estava no terminal, dentro do ônibus, esperando dar a hora de sair. Lá, observava (discretamente, acho) as pessoas que entravam no automóvel. Não vou entrar em detalhes pois acredito que não sou só eu que faço isso, assim como tantas vezes indagamos “qual o sentido da vida” ou “por que estou aqui”. Questionamentos interiores relutantemente inúteis.
Acho que não comentei ainda, mas não gosto muito de pessoas. Gosto, obviamente. Só que não são poucas as que me irritam, visto o que elas têm se tornado com o passar do tempo. Partindo disso, comecei a pensar em mim. E partindo de mim, comecei a pensar em sentimentos. E de todos os sentimentos que analisei naqueles 15 ou 20 minutos dentro daquele ônibus, quero ressaltar aqui o amor.
Outra coisa que me irrita é o amor. Só a palavra soa estranha pra mim, ora piegas, ora brega. Estranha, de fato. Outra coisa. Nunca consigo relacionar o “estar apaixonado” com o “estar amando”. Já me apaixonei? Sim, ou não. Já amei? Sim. Ou não! Sei lá. Prefiro pensar que nunca amei e que um dia vai aparecer alguém com o formato da moldura que criei na minha cabeça. Mas sei lá, isso me parece egoísta demais. Tá vendo como é estranho? Não sei se o que convém seja a metade da laranja, a alma gêmea, ou o oposto. O pólo positivo para o meu negativo.
É. Triste. Depois de ficar relembrando e quebrando a cabeça sobre minha vida amorosa, decidi mudar (!). Decidi esquecer todos os meus affairs e as antigas paixonites que poderiam ter virado amor, caso eu não fosse tão “eu”, e partir para uma nova era.
Mas então. A minha mudança. Decidi me exilar. Acabar com essa mania complexa e irritante de viver e se relacionar, sempre com aquela palavrinha chata soando na cabeça. Amor, amor, amor... Urg.
Pensei em estudar, me formar, e estudar outra vez. Depois disso, viajar, conhecer lugares e pessoas. Mudar-me para uma cidade calma, perto da praia, se possível. Terminar a vida assistindo a bons filmes, lendo bons livros, bebendo bons vinhos e criando gatos. Tenho um vizinho que creio que fez isso. E, às vezes, o invejo.
Bom, depois de tomar tantas decisões, decidi parar de decidir. Não sei, mas odeio pensar, pensar, e chegar numa conclusão que no fundo não conclui porcaria alguma. Olhei pela janela e vi os outros ônibus estacionados ao lado do meu. Um deles sorriu pra mim.
Voltei a lembrar dos meus amores perdidos e dos aleatórios. Lembrei do vinho, do meu vizinho e dos gatos. Ah, viver em exílio sempre me pareceu tão charmoso. Mas a solidão é outra coisa que acaba me irritando. Lembrei, também, de um poema que adoro.
Finalmente chegou a hora. Meu ônibus começou a andar lentamente para me levar de volta à vida. Dei outra olhada para fora e vi o outro, ainda, a sorrir.

“E se um dia hei de ser pó, cinza e nada
Que seja minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...”
(Amar!, Florbela Espanca)

domingo, 8 de novembro de 2009

Da Brodway para a telona


O grupo musical Abba vendeu mais de 350 milhões de discos nos anos 70 e assim marcou toda uma geração. O mesmo sucesso teve o espetáculo musical Mamma Mia! , baseado nas canções do grupo. A diretora Phyllida Lloyd, também diretora do espetáculo, levou para as telas esse contagiante musical.

A história é simples, alegre e improvável, se passa na Grécia onde Donna ( a sempre ótima Meryl Streep) é proprietária de uma pousada e está nos preparativos do casamento de sua filha que criou sozinha. Sua filha convida três antigos namorados de sua mãe para a cerimônia, acreditando que um deles seja seu pai: Sam, Bill e Harry ( respectivamente Piece Brosnan, Stellan Skangard e Colin Firth). Eles desembarcam na ilha juntos e assim começam os encontros e desencontros que agitam a trama, que fala sobre amor na meia-idade e relação entre mãe e filha sempre embaladas com grandes sucessos do “Abba”, como Dancing Queen, Tanke a Chance on Me, I Have a Dream, entre outros. O filme resgata essas canções que embalaram uma geração com apresentações alegres e muitas vezes emocionantes, e traz um frescor de alegria contagiante.

A recordista de indicações ao Oscar, Meryl Streep, arrasa mais uma vez, só que desta vez com um papel bem mais leve e jovial do que os seus outros grandes papéis, como a chefe durona de O Diabo Veste Prada. Também temos Piece Brosnan, que com certeza fica muito melhor como 007 do que cantando e dançando, mas isso é apenas um detalhe para um filme que emociona, contagia, alegra e faz cantar e dançar!




P.S.: Resenha escrita já faz alguns meses para a disciplina de Produção Textual Acadêmica do curso de Letras - Língua Portuguesa e Literatura. Decidi posta-la para continuar no ritmo dos musicais, visto que meu último post foi sobre Glee.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

O relógio

Ele era um relógio. Um relógio grande, marrom. Os detalhes eram dourados. Grandes números e setas pequenas. Deveria ter mais de 200 anos. Velho? Não sei, sei que poucos gostariam de tê-lo, mas foi recomprado por muitos. Também isso pouco importava, pois um relógio daqueles não valia muito em um mundo “retrô”. Contraditório? Talvez, mas aquela velha peça não bastava para sua parede.

Deve ter sido montado em meados dos anos 60. Ou 70. Também não importa mais. O que importa é que os 200 anos são a soma das idades de todos os que já o possuíram. Hoje, esse relógio não é mais relógio. Ele é apenas setas. Pequenas setas, sem números. Girando lentamente, pensando em um dia parar e esquecer tudo o que já não viu.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Glee: Os ambiciosos perdedores dentro de nós

Eu sou um real apaixonado e viciado por séries e por musicais já faz algum tempo. Com certeza não teria como não me apaixonar após assistir os dois primeiros episódios da série musical Glee. onde são interpretadas Take a Bow de Rihanna, Rehab de Amy Winehouse, I Kissed a Girl, de Katy Perry, entre outros sucessos atuais e dos anos 80 E 90. A série conta a história de um professor de espanhol, Will, que contra todos os desafios decide tentar salvar o grupo Glee, o coral da escola. E com isso, ajudar um grupo de alunos rejeitados a encontrar seu verdadeiro potencial. Entre eles estão Kurt, um afeminado com seu estilo fashion; Mecedes, que tem uma voz incrível; Artie, um nerd cadeirante; e Tina, uma rockeira punk com mechas azuis no cabelo. E os dois principais astros do grupo Glee: Rachel, uma garota excluída no colégio, filha de um casal gay e que sonha em ser uma estrela; e Finn, o zagueiro super popular do time de futebol americano que aprende a ser ele mesmo no grupo Glee. O professor Will fará de tudo para que o grupo musical seja um sucesso e para isso conta com a ajuda da apaixonada professora Emma, mas terá que enfrentar a treinadora do time de torcidas, Sue (uma das melhores personagens da série), e até mesmo sua esposa.
Glee, como todo bom musical, consegue nos animar e nos fazer ter vontade de sair por aí cantando, ainda mais que a grande maioria das músicas são conhecidas nossas. E como uma boa série, nos faz ter ânsia pelo próximo episódio, eu por exemplo assisti apenas os dois primeiros mas estou contando as horas para poder assistir os próximos.
A série mostra o ambicioso perdedor que existe dentro de todos nós. Em uma fala no primeiro episódio, Finn, fala a seu "amigo" Puck assim: "Não entende? Somos todos perdedores, todos nessa escola, todos nesse cidade...Não tenho medo de ser chamado de perdedor, porque eu consigo aceitar que sou um. Estou com medo de sair de algo que me fez realmente feliz pela primeira vez nessa minha vida triste." Realmente todos nós somos perdedores e fracos em algum momento da vida! Finn retrata a coragem de mostrar seu verdadeiro "eu", e todos os personagens do grupo Glee, junto com o professor Will, mostram que na verdade o que nunca devemos deixar de ser é um ambicioso perdedor. Aquele que quer acertar na próxima, aquele que quer lutar, aquele que enfrenta os medos, aquele que quer ser quem realmente é...
Falando sobre os números musicais da série os meus destaques são, no primeiro episódio a ótima apresentação de Rehab e o ótimo final com Don´t Stop Believin. No segundo episódio, é claro que a melhor cena fica com a hilária apresentação de Push It (fazia tempo que não ria tanto em uma série) e com um ótimo final novamente com Rachel cantando Take a Bow. E fica assim um trecho traduzido de Don´t Stop Believin, música que encerrou em grande estilo o primeiro episódio, pois diz muita coisa tanto na série, quanto na vida!


"Alguns vão vencer, outros vão perder
Alguns nasceram para cantar blues
Ó, o filme nunca acaba
É assim sempre e sempre e sempre e sempre

Não deixe de acreditar
Segure-se naquela sensação
Pessoas da rua da luz"






http://www.youtube.com/watch?v=TUZwdbeS2mM