Ele era um relógio. Um relógio grande, marrom. Os detalhes eram dourados. Grandes números e setas pequenas. Deveria ter mais de 200 anos. Velho? Não sei, sei que poucos gostariam de tê-lo, mas foi recomprado por muitos. Também isso pouco importava, pois um relógio daqueles não valia muito em um mundo “retrô”. Contraditório? Talvez, mas aquela velha peça não bastava para sua parede.
Deve ter sido montado em meados dos anos 60. Ou 70. Também não importa mais. O que importa é que os 200 anos são a soma das idades de todos os que já o possuíram. Hoje, esse relógio não é mais relógio. Ele é apenas setas. Pequenas setas, sem números. Girando lentamente, pensando em um dia parar e esquecer tudo o que já não viu.
6 comentários:
Adoro tuas metáforas e alegorias...
Lindo muito lindo o texto, podemos viajar nessa historia... e a ambiguidade presente nele da um ar de misterioso, uma porta aberta para a imaginação e interpretação de cada leitor.
Amei o texto Ju, o blog terá muito sucesso com vocês dois postando!
o tempo passa pra todos, até para os relógios!
ps: veja minhas postagens do mês passado (dificuldades - parte 1 e 2) sobre como melhorar a forma das pessoas comentarem em blogs. é sempre bom facilitar para nossas visitas. fica a dica.
eu li :S
Rodado... não só os ponteiros e suas engrenagens, mas tbm por ja ter passado no pulso de muita gente... ou seria um de parede? Enfim...
Tive um déjà vu. Te disse.
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